A Nina foi um presente muito, muito bacana que nós ganhamos. E foi presente mesmo, chegou no dia do nosso 'mesersário' de namoro, 22 de novembro. Era uma tarde quente de sábado quando escutamos miados de gatinhos, de filhotinho. Pensamos que tinha entrado algum gatinho perdido pela grade do portão e fomos procurar. Rodamos a casa toda e nada. Foi então que percebemos que os miados vinham do forro, bem em cima do nosso quarto. Lá foi o meu marido super-herói subir no forro para ver o que estava acontecendo.
Lá chegando, encontrou três filhotinhos, pretinhos e muito pequenos, não tinham nem os olhos abertos ainda. Vamos colocar onde? Caixinha de sapato, cabiam os três e ainda sobrava espaço. Resgatamos os pequeninos do forro e levamos para o fundo de casa. Nâo demorou muito e apareceu a mãe, uma frajola linda e arisca. Naquele momento, mais arisca do que linda... rsrs Passamos um dia inteiro tentando convencê-la a ficar ali com eles, em lugar fechado e seguro. Mas bastava uma chance e ela pegava um dos filhotes e saia correndo.
Arrumamos caixa, panos, água, comida e tentamos fazer com que ela ficasse na caixa no quartinho dos fundos. Já era noite quando pareceu que ela tinha concordado com essa idéia. Tinha entrado na caixa, tinha comido um pouco e tomado água. Mas nós precisávamos nos manter bem afastados, ou ela fugia. Quando achamos que estava tudo sob controle, resolvemos sair para comemorar o nosso mesersário de namoro.
Voltamos de madrugada, fomos no quartinho dos fundos e cadê a gata com os gatinhos?? Não tinha mais ninguém. Ficamos tristes, mas fazer o quê. Ela devia tê-los levado para algum lugar que considerava mais seguro. Fomos dormir. No domingo, passamos o dia fazendo nossas coisas, eu com o meu mestrado, meu marido estudando para as provas da faculdade, e as crianças assistindo TV.
No finalzinho da tarde, resolvemos tomar um banho. Estava um dia muito quente! Meu marido foi buscar as toalhas e resolveu abrir a porta do quartinho dos fundos, que havia passado o dia fechada. Eis então que ele vê uma mancha preta perto da porta do guarda-roupa. Me grita e lá vou eu ver o que está acontecendo. Chegando lá, era um dos gatinhos. Apurei um pouco o ouvido, e escutei outro miado. Tiramos tudo do guarda-roupa e descobrimos os outros dois lá dentro! Ela não os havia levado embora, só tinha escondido... :)
Depois deste dia ela foi ficando, ficando, ficando... Aos poucos foi deixando que nos aproximássemos. Para conseguirmos passa a mão nela foi uma eternidade! Mas um dia ela deixou. E ganhou até nome, passou a se chamar Nina.
Um dia os gatinhos fugiram, mas ela ficou. E logo vieram outros gatinhos. E esses não fugiram. E a Nina foi ficando, amansando... Ela ainda não é uma gatinha de colo, mas já é uma gatinha de cama. E já se enrosca nas nossas pernas, e pede carinho. Uma verdadeira lady.
No final das contas, ela nos ensinou uma grande lição: a ter paciência e persistência. A confiança não nasce de um dia para o outro. O carinho, o afeto e o compromisso também não. E, mesmo depois que chegam, necessitam de cuidado e dedicação, que façamos mais um pouco todos os dias. Mas compensa... a sementinha que plantamos e regamos todos os dias, em algum momento vai brotar. Não é mesmo, Nina?